6.3.13

I gasped for air

Nunca pensei estremecer tanto a ouvir aquelas palavras. O ar começou a ficar tenso, pesado e quente. Sentia-me vermelha e a queimar. Tudo à minha volta parecia estar prestes a cair de tão frágil, assim como eu parecia estar prestes a ficar sem chão. Assim que aquelas palavras me despertaram o olhar para quem as utilizava, toda eu parecia emanar pavor, medo, frieza e fragilidade ao mesmo tempo.
A verdade é que o assunto já não me tocava há muito e eu pensei mesmo que já o tinha esquecido, mas todas as memórias voltaram a correr pela minha mente. As marcas costumavam relembrar-me, no entanto, era algo com que tinha lutado diariamente no passado, por isso, já não faziam grande diferença no presente.. Até as ter observado de novo com detalhe.. O meu olhar parecia fazê-las ferver como da primeira vez que as criei. O meu coração parecia ainda mais descompassado do que um relógio com o ponteiro dos segundos avariado. Estaria mesmo o relógio avariado? Nunca mais tocava e a minha vontade de sair daquela sala estava a aumentar a bom ver.
Por momentos, parecia ter desaprendido a falar. As palavras não saíam e a minha cabeça enchia cada vez mais. 
Uma vez em casa, tratei de cobrir tudo aquilo que me relembrava de todo o passado que já pensava ter combatido. À medida que tapava uma, duas, três... pareciam aparecer cada vez mais. As marcas no meu corpo cresciam, notavam-se ainda mais do que em qualquer outro dia. Senti uma corrente de arrepios e uma transpiração fria. Não, não queria, mas deixei escapar dos meus olhos aquilo que já há alguns minutos me estava a tornar a vista turva. 
O mesmo ciclo não, por favor. Eu não quero. Eu não preciso. Eu não consigo!